terça-feira, 26 de abril de 2011
EUA anunciam telescópio com capacidade avançada de detecção de detritos no espaço
(O Globo) Militares americanos anunciaram a existência de um telescópio terrestre de capacidade avançada para procurar detritos que poderiam ameaçar satélites ativos nacionais e internacionais em órbita geoestacionária, afirma reportagem publicada na "Nature". Desenvolvido pela Agência americana de Projetos de Pesquisas Avançadas de Defesa (Darpa), o Telescópio Espacial de Vigilância (SST, na sigla em inglês) pode produzir imagens digitalizadas do céu mais rápido do que qualquer outro do seu tamanho.
- Temos uma série de missões acontecendo lá em cima, e se você tenta realizá-las com uma venda nos olhos, não sabe o que pode vir em sua direção a qualquer momento - diz Chuck Laing, chefe da divisão de Arquitetura e Integração do Comando da Força Espacial no Colorado. - É importante saber onde tudo está, quão rápido as coisas se movem e em qual direção.
O telescópio pode ajudar a proteger satélites de colisões com outros satélites e com detritos espaciais. Atualmente, os pesquisadores estão rastreando cerca de 22 mil objetos artificiais que orbitam a Terra, de pequenos pedaços de detritos a grandes satélites. Este número deve triplicar nos próximos 20 anos, diz Laing. Mesmo um pedaço de partícula medindo centímetros pode causar danos consideráveis a sistemas cruciais de previsão de clima, de comunicação, ou alerta de mísseis.
A primeira imagem foi feita pelo SST em fevereiro de 2011 e ele está sendo testado e alinhado. O telescópio ainda tem que passar por uma avaliação antes de integrar a Rede de Vigilância Espacial, um sistema integrado da Força Aérea americana de telescópios e radar em solo e no espaço.
Se aprovado nos testes, o SST pode começar a coletar dados em aproximadamente seis meses. E se se mostrar, na prática, um grande avanço na tecnologia usada atualmente, a Força Aérea pode posicionar telescópios similares em pontos estratégicos ao redor do globo. O telescópio está agora na Linha de Mísseis das Areias Brancas, próximo a Socorro, no Novo México.
A Força Aérea americana mantém um catálogo de todos os objetos desconhecidos em órbita por meio da Rede de Vigilância Espacial, que acompanha os detritos para antecipar possíveis impactos, mas uma vigilância mais aperfeiçoada é necessária para lidar com o crescente número de objetos, acredita Laing. O SST focaria mais na região na qual os objetos em órbita geoestacionária residem, cerca de 35 mil quilômetros da Terra.
O telescópio, que levou nove anos e US$ 110 milhões para ser construído, tem um amplo campo de visão, é muito sensível e pode produzir imagens digitalizadas do céu diversas vezes em uma noite. O instrumento também pode coletar dados de objetos tênues mais rápido do que os já existentes na rede. Munidos das informações que ele fornece, os oficiais poderão prever melhor o caminho dos detritos e avisar os operadores sobre os riscos para os satélites.
- Você pode tomar melhores decisões se você conta com mais dados - afirma Laing.
De olho no espaço
A capacidade superior de coleta de dados do telescópio vem de sua abertura de 3,5 metros, que é mais de três vezes maior que o tamanho de telescópios baseados em solo já em uso. Também tem um sistema de três espelhos para trazer imagens com foco nítido de um vasto campo.
Pesquisadores não poderão usá-lo para realizar experimentos, diz Joseph Gambrell, chefe de percepção situacional do Comando Espacial da Força Aérea. - Se nós vamos tentar tirar o máximo proveito de sua capacidade, realmente precisamos mantê-lo como um recurso da Rede de Vigilância Espacial.
Mas um conjunto de dados poderá ser colocado no site do Comando Estratégico americano e pesquisadores podem ter acesso a mais informações por requerimento, avisa Gambrell.
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