segunda-feira, 19 de maio de 2014

Em nova frequência


(Pesquisa Fapesp) Depois de 10 anos de trabalho, está pronto o primeiro equipamento brasileiro para medir e estudar um dos aspectos menos conhecidos e mais misteriosos da atividade do Sol: as radiações emitidas na origem das explosões que ocorrem na estrela na faixa do infravermelho distante, conhecida também como tera-hertz (THz). Trata-se do Solar-T, um telescópio que não forma imagens como seus congêneres ópticos. Ele identifica e mede as radiações emitidas pelos objetos observados. Funciona como um fotômetro ao medir a intensidade dos fótons, que são as partículas associadas às ondas eletromagnéticas, como a luz. A previsão é que o aparelho faça seu primeiro voo sobre a Antártida, a bordo de um balão estratosférico a 40 quilômetros (km) de altitude em conjunto com um experimento da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, no verão de 2015, em uma missão com duração de duas semanas.

O aparelho foi desenvolvido, com financiamento de R$ 590 mil da FAPESP, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, em colaboração com o Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A medição das radiações emitidas pelo Sol ocorre na faixa dos tera-hertz do espectro eletromagnético que, entre outras, abrange as ondas de rádio, infravermelho e luz visível. “Não há equipamento igual no mundo até o momento para operar nas frequências de THz, com o objetivo de estudar as explosões solares”, garante o pesquisador da equipe Rogério Marcon, do Laboratório de Difração de Raios X do Instituto de Física da Unicamp e criador do Observatório Solar Bernard Lyot, uma instituição privada de Campinas que participou do projeto Solar-T. “A faixa dos THz é utilizada na medicina e segurança, mas na astrofísica solar é inédita.”

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