sábado, 7 de janeiro de 2012

Conheça o telescópio sucessor do Hubble


















(NASA/MSN) Não há dúvidas de que o telescópio Hubble revolucionou o nosso entendimento do Universo. As imagens em ótima resolução do aparelho ajudaram astrônomos do mundo todo a estudar os corpos celestes e desvendar os segredos do cosmos. Mas como todo equipamento eletrônico, o Hubble está ficando velho e os cientistas da Nasa anseiam por novidade.

Para não deixar os astrônomos na mão, a agência espacial norte-americana já anunciou um novo telescópio que deverá substituir o Hubble em 2018. Batizado de James Webb, em homenagem ao diretor da Nasa no tempo do projeto Apolo, que levou o homem à Lua, o novo equipamento será quase três vezes maior que o seu antecessor, e segundo os cientistas, terá capacidade de observar todo o Universo, até os seus limites.

Enquanto o Hubble tem cerca de 13 metros de comprimento por 4 de largura e um espelho coletor de luz com 2,45 metros de diâmetro, o James Webb terá um comprimento total de 24 metros e 12 de altura, com espelho de 6,5 metros de diâmetro, que lhe permitirá cobrir área quase 15 vezes maior que o Hubble e coletar quase sete vezes mais luz.

Como a "potência" de um telescópio está na quantidade de luz que ele pode receber de um objeto - quanto maior o diâmetro de um telescópio, maior a sua "potência" – o James Webb poderá fotografar os corpos celestes e medir em detalhes a luz que vem deles.

Outro aspecto importante que também ajuda a medir com grande precisão a posição dos objetos é estar no espaço, fora da atmosfera da Terra. O sucesso do Hubble se deve, sobretudo, a capacidade de tirar fotos sem interferencia da atmosfera terrestre.

O James Webb também estará no vácuo do espaço, mas enquanto o Hubble está a pouco menos de 600 quilômetros da superfície terrestre, o novo telescópio ficará afastado 1,5 milhão de quilômetros, numa órbita além da Lua e com ainda menos interferência atmosférica que a da órbita do Hubble.

A enorme distância, no entanto, aumenta os riscos do projeto. Se algo der errado e o telescópio precisar de reparos, não a nada que a Nasa poderá fazer. O próprio Hubble passou por esta situação quando, pouco depois de entrar em órbita em 1993, descobriu-se que o espelho principal tinha um defeito que impedia o telescópio de focar objetos com a precisão planejada.

Na ocasião, a Nasa treinou intensamente sete astronautas que voarem a bordo do ônibus espacial Endeavour até o observatório espacial para realizar um extenso trabalho a fim de instalar a ótica corretiva. Porém, com o James Webb não existe a possibilidade de uma missão tripulada viajar mais de um milhão de quilômetros para trocar uma câmera queimada.

O custo no novo telescópio também representa outro empecilho. O projeto foi estimado inicialmente em US$ 3,5 bilhões, mas já foi recalculado diversas vezes e, atualmente, está estimado em US$ 8,8 bilhões. Além disso, o James Webb deveria ser lançado em junho de 2013, logo após o encerramento da vida útil do Hubble, mas cortes de verba da Nasa e a crise econômica mundial adiaram o lançamento.

Mesmo com tantos problemas, a Nasa matem o plano de lançar o novo telescópio em 2018 a bordo do foguete europeu Ariane 5 ECA, o maior transportador espacial do mundo, com capacidade de carregar mais de 10 toneladas. A agência espacial européia também terá participação de 15% no projeto, a mesma quantia que ela tinha com o Hubble.

Além da distância, do tamanho e da forma, a principal diferença entre o James Webb e o Hubble é o jeito de observar o Universo. Enquanto o Hubble enxerga as luzes ultravioletas e as visíveis ao olho humano, o Webb verá em luz infravermelha, o que lhe permitira enxergar os objetos mais distantes no Universo e ter imagens das primeiras galáxias formadas, assim como estudar os planetas que rodeiam estrelas distantes.

Com isto, os cientistas esperam começar a resolver alguns dos muitos mistérios do Universo, tais como a origem do cosmos, os processos iniciais do nascimento das estrelas, a formação dos exoplanetas e a real natureza das misteriosas matéria e energia escura.

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