segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ele voltou!


(Cássio Leandro Dal Ri Barbosa - G1) Lembra que há algumas semanas, bem no meio da Assembleia da IAU, eu disse que vi uma das imagens do “novo” Hubble? Naquela época eu fui aconselhado a não dar nenhum detalhe, mas eu estava autorizado a dizer que no meio de setembro teríamos mais novidades. Pois é, o meio de setembro chegou.

Em uma cerimônia solene em Washington na semana passada, foram apresentadas as primeiras fotos tiradas com o Hubble após a última missão de reparos da Nasa. E foram logo dez imagens, para não deixar qualquer dúvida. Na verdade, as imagens foram obtidas por quatro dos seis instrumentos do Hubble e foram anunciadas pela senadora americana Barbara Mikulski, a maior defensora do telescópio espacial, quando a Nasa tinha anunciado sua aposentadoria.

As imagens vão desde uma nebulosa planetária até um aglomerado de galáxias repleto de arcos gravitacionais. Foi essa imagem que eu vi no Rio de Janeiro, assim que ela foi obtida e enviada à sala de imprensa para análise. De um total de dez, eu selecionei esta da Nebulosa de Carina mostrando a versatilidade da Câmera de Campo Amplo 3: a imagem de cima foi obtida no visível e a de baixo no infravermelho. Nesta última a nebulosa quase some e aparece um jato partindo de uma estrela. Se você quiser ver as outras fotos, clique aqui. Dois novos instrumentos foram instalados: a Câmera de Campo Amplo 3 e o Espectrógrafo das Origens Cósmicas. Outros dois foram consertados durante a missão STS-125 do ônibus espacial: a Câmera Avançada de Buscas e o Espectrógrafo e Imageador do Telescópio Espacial. Além deles, a Câmera e Espectrógrafo Multi Objeto no Infravermelho foi posta em operação novamente durante os três meses de testes e atividades de recalibração. Estas atividades foram interrompidas, você deve se lembrar, para tirar uma imagem do impacto de um objeto em Júpiter, em julho.

Agora o Hubble deve entrar em operação regular, observando desde objetos no cinturão de Kuiper, tipo planetas anões, até exoplanetas e suas atmosferas. Está planejado um projeto ambicioso, de se obter a imagem mais profunda jamais observada pela humanidade. Esta imagem, que deve ser obtida no inravermelho, deve mostrar as galáxias na época em que o universo tinha apenas 500 milhões de anos! Além disso, o Hubble deve partir para cima da energia escura, a misteriosa força de repulsão que faz com que o universo esteja em expansão acelerada.

Com 19 anos de idade, o Hubble está novo em folha!

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