segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Observatório Chandra completa dez anos no espaço

Inicialmente projetado para uma missão de cinco anos, o observatório de raios X foi colocado em órbita elíptica em torno da Terra em 23 de julho de 1999

Nebulosa do Caranguejo, observada pelo Chandra, em 28 de setembro de 1999.


(Scientific American Brasil) Em 19 de agosto de 1999, Chandra ─ o mais poderoso telescópio de raios X ─ captou sua primeira imagem como um observatório astronômico. A luz inaugural dessa imagem abriu uma nova perspectiva para a ciência, à medida que o telescópio desvendava novos mistérios do Universo.

As imagens em raios X, de ambientes exóticos obtidas pelo Chandra ajudaram os cientistas do mundo todo a entender melhor a evolução do Cosmos. O observatório não só ajuda a desvendar esses mistérios, mas também serve como uma ferramenta fundamental no estudo detalhado da física, em um laboratório que não pode ser replicado na Terra.

Martin Weisskopf, cientista do projeto do Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, observa que as descobertas feitas pelo observatório permitiram “mudanças fantásticas na nossa compreensão do Universo e de sua composição”.

Para Ed Weiler, administrador associado do Comitê Científico da Missão, na sede da Nasa, em Washington, “o programa dos Grandes Observatórios, do qual Chandra tem papel destacado, mostra como os astrônomos dependem do maior número possível de instrumentos para resolver os grandes mistérios do espaço”.


Concepção artística da supernova SN2006gy, vista pelo Chandra, em 7 de maio de 2007.

Em 28 de setembro de 1999 ─ depois de dois meses de funcionamento ─ Chandra descobriu um anel brilhante em torno do pulsar central da Nebulosa do Caranguejo ─ resquícios de uma explosão estelar ─ que fornece pistas sobre como a nebulosa foi energizada por uma estrela de nêutrons pulsante ou uma estrela colapsada.

Em 7 de maio de 2007, de acordo com imagens do Chandra e de telescópios ópticos localizados no solo, foi observada a mais brilhante supernova já vista; talvez um novo tipo de supernova, previsto há muito tempo. Essa descoberta indica que violentas explosões de estrelas extremamente massivas eram relativamente comuns no início do Universo e uma explosão similar pode estar prestes a acontecer na nossa própria Galáxia.

Desde sua descoberta há 45 anos, Cygnus X-1, tem sido uma das fontes cósmicas de raios X mais estudadas. Embora mais de mil artigos científicos já tenham sido publicados sobre essa fonte, seu status, como fonte mais intensa e o buraco negro mais próximo, continua a atrair a atenção dos pesquisadores. Observações com o Chandra são particularmente valiosas no estudo de propriedades de ventos estelares que alimentam Cygnus X-1 e na determinação de sua velocidade de rotação.

A contribuição do Chandra nestes dez anos foi fundamental para o conhecimento do Universo de altas energias e confirmou, de forma independente, a existência da energia escura.

Chandra e os outros três grandes observatórios da Nasa, o Telescópio Espacial Hubble, o Observatório Compton de Raios Gama e o Telescópio Espacial Spitzer, podem ser vistos no slide show “Dez telescópios que mudaram nossa visão do Universo”.

Para saber mais sobre o Chandra, acesse também http://chandra.nasa.gov

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