(Inovação Tecnológica) O telescópio Soar receberá em julho o Filtro Imageador Sintonizável Brasileiro (BTFI, na sigla em inglês), equipamento desenvolvido e fabricado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
O Soar, resultado de uma parceria internacional coordenada pelo Brasil, está localizado em Cerro Pachón, no Chile. Espera-se que seus instrumentos o tornem capaz de fazer imagens mais nítidas do que as do telescópio espacial Hubble.
Tecnologias de ponta
Ao ser acoplado ao telescópio, o instrumento BTFI - que custou cerca de US$ 1 milhão - permitirá imagear os movimentos relativos internos de galáxias distantes.
O equipamento, que combina três novas tecnologias de ponta, é muito versátil, podendo ser utilizado em pesquisas que vão desde o estudo de galáxias próximas e do meio interestelar, até estudos em cosmologia observacional.
"A astronomia brasileira estabeleceu um programa de instrumentação de nível internacional e está finalizando a construção de mais um equipamento [que] destaca a capacidade do Brasil em produzir instrumentação de ponta", disse João Steiner membro da equipe científica do projeto.
O BTFI, segundo Steiner, foi produzido em tempo recorde: apenas três anos. Ainda assim, seu desenvolvimento resultou em nove teses na área de tecnologia.
"Trata-se de um equipamento astronômico, mas sua produção envolveu pesquisa em softwares, detectores, mecânica e outras áreas relacionadas a tecnologias de ponta. Com isso, o projeto rendeu treinamento de pessoal em alto nível," destacou.
"Trata-se de um equipamento astronômico, mas sua produção envolveu pesquisa em softwares, detectores, mecânica e outras áreas relacionadas a tecnologias de ponta." [Imagem: IAG USP]O Soar, resultado de uma parceria internacional coordenada pelo Brasil, está localizado em Cerro Pachón, no Chile. Espera-se que seus instrumentos o tornem capaz de fazer imagens mais nítidas do que as do telescópio espacial Hubble.
Tecnologias de ponta
Ao ser acoplado ao telescópio, o instrumento BTFI - que custou cerca de US$ 1 milhão - permitirá imagear os movimentos relativos internos de galáxias distantes.
O equipamento, que combina três novas tecnologias de ponta, é muito versátil, podendo ser utilizado em pesquisas que vão desde o estudo de galáxias próximas e do meio interestelar, até estudos em cosmologia observacional.
"A astronomia brasileira estabeleceu um programa de instrumentação de nível internacional e está finalizando a construção de mais um equipamento [que] destaca a capacidade do Brasil em produzir instrumentação de ponta", disse João Steiner membro da equipe científica do projeto.
O BTFI, segundo Steiner, foi produzido em tempo recorde: apenas três anos. Ainda assim, seu desenvolvimento resultou em nove teses na área de tecnologia.
"Trata-se de um equipamento astronômico, mas sua produção envolveu pesquisa em softwares, detectores, mecânica e outras áreas relacionadas a tecnologias de ponta. Com isso, o projeto rendeu treinamento de pessoal em alto nível," destacou.
Óptica adaptativa
O BTFI, segundo Steiner, será acoplado a um módulo que corrige os efeitos da turbulência na atmosfera, utilizando uma técnica conhecida como óptica adaptativa.
Essa correção, aliada à qualidade de imagem do novo equipamento, resultará em imagens com nitidez inédita. Com isso, o Soar obterá uma performance não atingível para telescópios de porte semelhante.
"Como sabemos, as galáxias estão continuamente se afastando de nós. Mas, no interior delas, existe muitas vezes uma rotação complexa, com cada braço espiral girando em velocidade ligeiramente diferente dos outros.
Com o BTFI será possível fazer um mapa extremamente preciso dessas diferentes rotações, registrando a movimentação relativa do interior das galáxias. Esses estudos serão fundamentais para entender a cinemática e a dinâmica das galáxias", explicou.
Cubos de dados
O equipamento terá nitidez de 0,2 segundo de arco, o que equivale a uma qualidade três vezes melhor do que qualquer outra atingida até hoje, segundo Steiner. A nitidez em cor, por outro lado, poderá variar desde mil ângstrons até um sétimo de ângstron.
O instrumento permitirá a aquisição de "cubos de dados" tridimensionais - com duas dimensões espaciais e uma dimensão espectral.
"O diferencial do novo equipamento é que nenhum instrumento dessa natureza tem a nitidez espacial que ele é capaz de atingir. Essa nitidez incrível só será possível porque o BTFI será o primeiro equipamento operado com óptica adaptativa - isto é, com técnicas capazes de compensar os efeitos da turbulência atmosférica", disse.
A nitidez em cores sem precedentes é outra característica especial do BTFI, segundo Steiner. "Podemos ajustar o equipamento em qualquer resolução em cor, desde a mais alta até a mais baixa, com qualquer intervalo que se considere desejável", indicou.
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