terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Operação do observatório Gaia mostra acerto da cooperação internacional

Engenho da Agência Espacial Europeia foi lançado por foguete russo Soyuz


(Diário da Rússia) O observatório espacial Gaia, da ESA – Agência Espacial Europeia, lançado da base de Kourou, na Guiana Francesa, por um foguete russo Soyuz ST-B equipado com um bloco de aceleração Fregat, também russo, foi colocado em órbita com sucesso, mostrando mais uma vez o acerto da cooperação internacional no uso pacífico do espaço.

O principal objetivo do observatório, projetado para operar por cinco anos, é obter um mapa tridimensional da nossa galáxia medindo com alta precisão a distância de até um bilhão de estrelas.

Segundo a jornalista Olga Zakutnaya, da Voz da Rússia, este número fabuloso para a nossa escala é ainda muito pequeno (1%) em relação ao total de estrelas de nossa galáxia. Mas, além das estrelas, o Gaia vai observar corpos celestes no próprio sistema solar e, mais além, na Via Láctea.

O observatório espacial Gaia vai cumprir sua tarefa usando o método, já conhecido pelos gregos antigos, de medição da paralaxe – o deslocamento aparente de estrelas próximas em relação às mais distantes, à medida que o próprio observatório se movimenta. (Gaia estará em órbita ao redor do Sol apenas a 1,5 milhão de quilômetros mais longe do que a Terra.)

O observatório está equipado com dois telescópios óticos de espelho e três outros instrumentos científicos. As tarefas astrométricas – determinação da posição das estrelas no céu e a distância até elas – são cumpridas pelo dispositivo Sky Mapper, que inclui 62 matrizes CCD e um computador que sincroniza os dados do sensor com o movimento do próprio aparelho. Os fotômetros azul e vermelho BP/RP permitem determinar as principais características das estrelas observadas: temperatura, massa, idade e composição química. Finalmente, o terceiro dispositivo, o espectrômetro RVS, mede a velocidade radial do objeto – se ele se está se distanciando ou se aproximando do observador. Pelos dados do RVS também pode ser estudada a composição química das estrelas mais brilhantes.

Este conjunto de instrumentos permitirá criar um mapa tridimensional da galáxia, no qual as posições das estrelas serão conhecidas com uma precisão até agora nunca obtida. As distâncias até as estrelas que se encontram a 30 mil anos-luz de nós serão conhecidas com uma precisão de até 10%. Já as velocidades próprias de estrelas em nossa galáxia serão conhecidas com uma precisão de até 1km/s, e nas vizinhas Nuvens de Magalhães a até 2 a 3km/s. Além disso, já que Gaia irá operar em modo de monitoramento, observando as mesmas partes do céu dezenas de vezes, terá a oportunidade de captar a variabilidade dos objetos celestes, o que também é muito importante para a astrofísica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário