segunda-feira, 27 de maio de 2013

Os cinco aspectos a saber antes de comprar um telescópio



Ampliação: um bom telescópio não fala de seu “Poder”
(Armazém do Telescópio) Se a caixa ou o anúncio dizer em destaque “300X”, “478X”, “500X”, “675X” ou outro número sobre a ampliação do telescópio, cuidado! Altas amplificações parecem atraentes, mas há uma armadilha: enquanto a alta amplificação faz com que os objetos pareçam maiores, a luz captada pelo telescópio é espalhada sobre uma grande área gerando uma imagem fraca, escura. Além do mais, estes telescópios geralmente têm restrições quanto às oculares, o que limita o quanto da imagem você pode ver. Muitas vezes é preferível uma baixa ampliação pois a maioria dos objetos não necessitam ampliação e sim abertura para melhor observação.

Refrator, refletor ou catadióptrico: qual o melhor?
Cada tipo de telescópio tem um ponto forte e dependerá de seus objetivos a escolha final. Telescópios refratores tem com contraste e pouca manutenção. Telescópios refletores têm bom desempenho e são os mais baratos por polegada de abertura, sendo o melhor custo x benefício. E catadióptricos são compactos e portáteis, com uma construção óptica mais complexa. Vale mais estudar o que mais se encaixa no seu caso em específico. Não existe telescópio perfeito, o que existe é um que mais lhe serve no momento.

Abertura: a verdadeira chave para o poder do telescópio
A abertura de um telescópio se refere ao tamanho de sua objetiva, que é a verdadeira chave do “poder” de um telescópio. A finalidade de um telescópio é captar luz e não necessariamente aumentar os objetos. A capacidade de captar luz de um telescópio é diretamente proporcional à abertura (tamanho da objetiva), logo, quanto maior for a objetiva, mais luz o telescópio capta e melhor será a imagem.

Dentre os telescópios que consideramos muito pequenos podemos citar aqueles com objetiva entre 50mm e 60mm.

Os pequenos entre 70mm e 100mm. Médios entre 100mm e 150mm. E acima disso grandes, sendo que acima de 250mm já podemos chamar de 'gigantes' conforme a percepção que colhemos das pessoas durante várias atividades de Astronomia na Escola ou Astronomia no Parque.

“Então vou comprar o maior telescópio que eu puder pagar!”. Se você tem espaço para montar um observatório e dinheiro para investir, sim. Caso contrário, não. Um telescópio menor que possa ser transportado provavelmente será mais usado do que um telescópio gigantesco e pesado. É uma contradição da astronomia: Maior, melhor; Menor, mais uso! Considere com cuidado o que será o melhor para você.

Montagem: necessária para uma observação estável
Assim como um motor de carro não tem utilidade sem um chassi e rodas, um tubo de telescópio não tem utilidade sem uma montagem. A montagem é tão ou mais importante do que o tubo do telescópio, pois esta deve ser estável, robusta e com movimentos suaves.

Existem dois tipos básicos: a montagem equatorial, que permite acompanhamento através do eixo polar, e a montagem alta-zimutal, que permite acompanhamento movendo os 2 eixos. A montagem equatorial é a que se adequa à astrofotografia, enquanto a montagem alta-zimutal é mais leve e permite apontamentos mais rápidos, além de tempo de setup reduzido. É uma tendência consolidada a disponibilidade de montagens computadorizadas, aumentando ainda mais o conforto na hora de observar. Contudo, é bom levar em conta qual é a atividade principal de acordo com seus objetivos na escolha da montagem.

Oculares
A escolha da ocular depende de parâmetros do telescópio e, porque não dizer, de condições impostas pelo seu olho, além de como você deseja observar o céu. Quanto maior a razão focal do telescópio, menor é a exigência com a qualidade da ocular. Com um telescópio de razão focal igual a 10, qualquer ocular de boa qualidade dará uma imagem nítida. Com um telescópio de razão focal igual a 4, por exemplo, somente as oculares mais refinadas darão o melhor resultado.

O descanso de olho é importante, principalmente se você usar óculos. Com descanso de olho insuficiente, você não verá a parte mas extrema do campo, resultando no “efeito de buraco de fechadura”. Nos tipos tradicionais, o descanso de olho é proporcional à distância focal - quanto mais curta, menor o descanso de olho será. Mas existem oculares modernas que têm descanso de olho longo independente da distância focal, dando assim mais conforto aos astrônomos que usam óculos.

Por último, temos o campo de visão aparente. Como o campo de visão real é diretamente proporcional ao campo de visão aparente, se você trocar uma ocular com 30 graus de campo de visão aparente por uma com 60 graus, na prática você verá o dobro do campo real, para a mesma ampliação.

Esta lista de requisitos não é definitiva, nem pretende ser a última palavra no assunto. Mas serve como base informativa para quem não tem familiaridade com o tema e quer ingressar no mundo da astronomia. Como já dissemos uma vez neste artigo, astrônomo satisfeito é astrônomo informado!

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