(Terra) A demora na ratificação do acordo que torna o Brasil um membro pleno do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) fez com que a instituição alegasse na semana passada, em uma entrevista para jornalistas brasileiros, que a falta dos repasses brasileiros é um dos motivos para que o projeto do Extreme Large Telescope (E-ELT) ainda não tenha saído do papel. Apesar disso, o diretor-geral do ESO, Tim de Zeeuw, afirmou com exclusividade ao Terra que, ao contrário do que possa parecer, as relações com o País continuam "excelentes".
Zeeuw contou que a instituição recebeu bem a resposta do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que confirmava o compromisso com o ESO e seu projeto E-ELT. Em nota oficial, o MCT declarou que "o desejo do Brasil é participar de todo o programa do ESO". O diretor-geral expôs também que o ESO está fazendo o possível para apoiar o ministério, o novo ministro e a ratificação do processo, na expectativa de que ele seja concluído em um futuro próximo.
Em relação à construção do supertelescópio, Zeeuw explicou que o fato de o Brasil não ter ratificado ainda o acordo tem um impacto na execução do projeto, mas que ele não pode ser responsabilizado pelas obras ainda não terem começado, já que "há muitos fatores em jogo".
Perguntado se a crise financeira europeia estaria afetando a construção do supertelescópio, o representante do ESO afirma que, embora os orçamentos destinados à ciência estejam sofrendo pressão em muitos países europeus, todos os 14 países membros realizaram suas contribuições anuais para 2012. Além disso, o observatório relatou que há três países - República Checa, Suécia e Finlândia - que já se comprometeram com um financiamento extra.
"O projeto vai começar oficialmente quando mais de 90% do custo para a conclusão de fundos para o projeto E-ELT foram confirmados", destacou. Ele disse que espera que o financiamento suficiente consiga ser alcançado em meados de 2012, quando o observatório pretende começar as obras, que incluem a preparação da estrada de acesso ao cume do Cerro Armazones, bem como a exploração geotécnica do local.
Caso o Brasil não consiga ratificar o acordo, Tim de Zeeuw certificou que o ESO encontrará outra forma de financiar o projeto, já que a instituição está comprometida com a construção do supertelescópio. A vaga de membro pleno do observatório, se o acordo não for ratificado, ainda não teria candidato. "Vários países já manifestaram interesse em aderir ao ESO, mas não há pré-definição de quem possa vir a se tornar membro", esclareceu.
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