Centro é um entre três que o ESO possui no norte do Chile, uma das regiões com um dos céus mais limpos do planeta
(Efe/Estadão) O vento castiga e um sol intenso esquenta as estruturas metálicas erguidas no meio do Deserto do Atacama, no Chile, porém, quando chega a noite, a lua emerge no horizonte e os olhos se voltam para o céu para investigar o universo.
Esses são os olhos do Observatório de Paranal, um complexo científico que conta com uma dezena de telescópios e um Exército de astrônomos dispostos a rastrear o universo para buscar as respostas para algumas perguntas inquietantes.
Este é um dos três centros que o Observatório Europeu Austral (ESO, na sigla em inglês) possui no norte do Chile, uma das regiões com um dos céus mais limpos do planeta.
Em Paranal foram revelados importantes mistérios da humanidade, embora ainda sejam muitas as incógnitas dos astrônomos do ESO, que é formado por 14 países europeus e pelo Brasil, único representante da América Latina.
"As duas descobertas mais importantes encontraram a medida da massa do buraco negro que há no centro de nossa galáxia e a primeira imagem de um exoplaneta, um planeta que orbita ao redor de uma estrela diferente do nosso Sol", declara o astrônomo Christophe Dumas.
Segundo o cientista francês, os principais desafios do Observatório visam a descobrir a velocidade que o universo se expande, observar a primeira galáxia para compreender melhor como se formou o universo e buscar outros exoplanetas similares à Terra que possam conter algum tipo de vida.
Situada em uma colina homônima, de 2.635 metros de altitude, Paranal fica a aproximadamente 1,2 mil quilômetros ao norte de Santiago e conta com vários e importantes instrumentos para observação do universo.
Entre eles, se encontra o Very Large Telescope (VLT), o instrumento óptico mais avançado do mundo, que conta com quatro telescópios fixos de 8,2 metros de diâmetro e outros quatro auxiliares móveis com 1,8 metro.
"O propósito da interferometria é ver detalhes em um objeto. Por exemplo, estudamos estrelas muito jovens, que têm muito pó a seu redor, e pensamos que os planetas se formam neste tipo de configuração", explicou à Agência Efe o cientista Antoine Merand.
Paranal conta também com dois telescópios de rastreamento, o VISTA e o VST, ambos usados para captar imagens amplas do Universo.O primeiro com ondas infravermelhas, e o segundo em luz visível.
Com os dois modelos, os astrônomos podem usar o VLT para fazer um zoom em um ponto exato do universo.
O VISTA, sigla para Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy, é o maior telescópio de rastreamento do mundo dedicado a medir distâncias com ondas infravermelhas, o que permite revelar objetos que permanecem ocultos aos telescópios de luz visível.
O VST (sigla em inglês de VLT Survey Telescope) é o maior telescópio do mundo projetado exclusivamente para rastrear o céu em luz visível e fotografar amplas áreas do universo com rapidez e profundidade.
Todos estes instrumentos são manuseados em uma única sala de controle, onde os astrônomos podem viajar para milhões de anos luz de distância.
"Com Paranal podemos ver a primeira concentração de luz no Universo, a mesma que formou as primeiras galáxias", reitera Christophe Dumas.
"Podemos ver objetos que estão muito perto do Bing Bang, a cerca de 12 bilhões de anos, o que representa 80% da idade do Universo, já que os astrônomos acreditam que este possui 13,8 bilhões de anos", acrescenta.
Essa sala de controle também abrigará os comandantes do Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT), outro emblemático projeto da ESO que contou com um investimento de quase um bilhão de euros.
O E-ELT será instalado aproximadamente a 20 quilômetros do local, na colina Armazones, escolhida pela ESO em abril de 2010 como o cenário ideal para instalar este importante telescópio.
Quando entrar em funcionamento, no início da próxima década, o E-ELT se transformará, com seu espelho primário de 39,3 metros, no maior observatório da Terra para analisar o Universo na busca de vida em outros mundos.
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