quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Telescópio voador decola a bordo de um 747


O telescópio voador começou suas observações científicas em Abril deste ano.[Imagem: NASA/C. Thomas]


Avião-observatório
(Inovação Tecnológica) Telescópios em terra, telescópios espaciais e até telescópios em balões já são bem conhecidos.

Mas poucos conhecem o Sofia, um telescópio voador.

O telescópio de 2,7 metros está instalado a bordo de um Jumbo 747 inteiramente transformado em observatório astronômico.

O projeto é antigo, mas os desafios tecnológicos foram maiores do que o esperado, e só em Abril de 2011 o Sofia começou a fazer observações científicas sistemáticas.

Uma parceria entre as agências espaciais dos Estados Unidos e da Alemanha, o telescópio voador chegou pela primeira vez à Europa, para deleite dos parceiros europeus da missão.


Os engenheiros desenvolveram um sistema para isolar mecanicamente o telescópio do avião. [Imagem: NASA/Tom Tschida]


Oitava cósmica
Sofia é um acrônimo para Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy, observatório estratosférico para astronomia em infravermelho. Seu objetivo é estudar o nascimento de estrelas, nuvens moleculares galácticas e o nascimento de planetas.

Sua vantagem é fazer as observações a 15 quilômetros de altitude, muito acima das camadas mais densas da atmosfera, que atrapalham o trabalho dos telescópios terrestres.

Em um comparativo musical, quando você olha para o céu em uma noite muito clara, você enxerga apenas uma oitava do gigantesco teclado que compõe o cosmos.

Isto porque nossos olhos captam apenas a luz visível e também porque a atmosfera da Terra bloqueia uma grande parte da radiação vinda do espaço, incluindo os raios gama, os raios X e a luz infravermelha.

E é justamente nessas faixas do espectro que estrelas que explodem, sistemas planetários nascentes ou o núcleo de galáxias distantes aparecem em sua glória total.

Embora um telescópio espacial esteja muito acima de todos esses inconvenientes, há também inconvenientes em operar um equipamento à distância, com limitações de energia e de combustível.

Foi por isto que os cientistas resolveram construir o Sofia, que lhes dá os benefícios de uma atmosfera rarefeita e a total flexibilidade para observar o céu no ângulo e na direção desejada e quantas vezes forem necessárias. E uma vida útil muito maior do que qualquer telescópio espacial.


Astrônomos trabalhando a bordo do Sofia. No fundo é possível ver o sistema móvel que sustenta o telescópio. [Imagem: MPI for Radioastronomy]

Isolamento mecânico
Quando o avião atinge a troposfera, a porta lateral se abre e o telescópio fica exposto, fazendo suas observações em uma atmosfera rarefeita, de baixa pressão e a uma temperatura de menos 60 graus Celsius.

Para obter o máximo de desempenho, o telescópio deve estar absolutamente estável - mesmo a menor vibração pode arruinar a observação de uma estrela a milhões de anos-luz de distância.

Para conseguir isso, os engenheiros desenvolveram um sistema para isolar mecanicamente o telescópio do avião. O sistema é formado por molas de ar, amortecedores de silicone e um sistema de suspensão eletrônica ativa de última geração.

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