(Victor Alencar - O Povo) Quando estamos pensando em uma estrela, o primeiro estímulo que temos em nossas lembranças é o do seu brilho, sua cor, que são elementos puramente visuais. E se ao invés de observamos as estrelas nós as escutássemos? Exatamente leitor, a luz das estrelas não é a única fonte de informações que podemos extrair para a compreensão da sua natureza.
A luz das estrelas que os nossos olhos captam é apenas uma pequena parcela das várias radiações que elas emanam que variam desde as ondas de rádio até os raios gama, radiação ultravioleta, infravermelho, micro-ondas e o raios X.
Essas radiações são chamadas de eletromagnéticas e uma propriedade bem marcante é a de que essas ondas não precisam de um meio material para se propagar. O som, por exemplo, é uma onda, porém como é mecânica e não eletromagnética, necessita de um meio material, como o ar, a água, entre outros.
Muitos filmes de ficção científica erram quando colocam explosões no espaço por dois motivos: primeiro como não há comburente (elemento que propicia a combustão) no vácuo espacial não tem como haver fogo, e o segundo que por o espaço não conter matéria, não tem como o som das explosões se propagassem. Mas se esse rigor fosse seguido, os filmes deixariam de ser emocionantes.
Muitas vezes nos deparamos com belas imagens obtidas com telescópios espaciais de galáxias bem vermelhas, outras com tons azuis e verdes, por estarmos desavisados, pensamos que essa é a mesma imagem que o nosso olho captaria desse objeto. Muitas dessas imagens estão em frequências como o infravermelho, raios-x, micro-ondas e outras. As cores usadas em fotos de outras frequências são cores escolhidas pelo astrônomo para que ele possa fazer um contraste da imagem e fique mais fácil a identificação e analise da galáxia.
Atualmente dispomos de vários telescópios que captam imagens em várias frequências e entre eles o mais curioso são os radiotelescópios, que não são nada parecidos com a imagem de telescópios que temos em nossa mente. Os radiotelescópios são na verdade grandes antenas de rádio voltadas para o céu a fim de captar as ondas de rádio dos corpos celestes.
A dificuldade de obter imagens mais detalhadas na frequência do rádio fez com que em 1946 o radioastronômo britânico Martin Ryle desenvolveu a técnica de interferometria para radiotelescópios, assim a combinação de várias antenas gerariam a mesma imagem, porém com o detalhamento muito maior.
Aqui no Ceará, temos um radiotelescópio trabalhando em conjunto com uma rede internacional com mais 30 grandes radiotelescópios concentrados principalmente na Europa, Estados Unidos, Japão, Rússia, Austrália e África do Sul. Ele desenvolve trabalhos como medição precisa da duração do dia, detecção de sinais de quasares e é também responsável por serviços estratégicos como a calibração dos satélites GPS.
Os radiotelescópios, assim como as antenas de radio servem tanto para captar sinais quando para enviá-los. Baseando se nisso em 1974 o grupo Seti (sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre) elaborou uma mensagem em códigos binários para possíveis seres extraterrestres. A mensagem foi enviada do Radiotelescópio do Arecibo e continha varias informações, entre elas o DNA humano, o sistema solar e até do próprio radiotelescópio do Arecibo. Se essa mensagem foi vista, isso é uma outra história.
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