sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESA assegura a sua presença nos confins do Universo

Vida mais longa para onze missões europeias

O XMM-Newton. (Crédito: ESA/C. Carreau)


(Ciência Hoje - Portugal) A Agência Espacial Europeia (ESA) decidiu prolongar a vida útil de onze das suas missões científicas – o que permitirá que a nível mundial, se continuem a enviar novos resultados, até, pelo menos, 2014.

O Comité para o Programa Científico (SPC – Science Programme Committee) tomou a decisão no encontro de 18-19 de Novembro, em Paris. Todas as missões estão ainda operacionais, além do seu período de vida estimado, ainda enviam dados científicos excepcionais, e com o seu orçamento a chegar ao fim.

“A longevidade destas missões é uma prova do cuidado com que a indústria construiu estes satélites, do rigor das equipas que os operam e da capacidade dos cientistas continuarem a pensar em novos e valiosos problemas científicos que podem ser testados durante estas missões”, diz Martin Kessler, responsável da ESA pelo Departamento de Operações Científicas.

Há dois anos foi introduzida uma nova abordagem no plano financeiro e, a cada dois anos, é feita uma avaliação de todas as missões que estão prestes a esgotar o orçamento, com a perspectiva de prolongamento das mesmas. As que estiveram a ser avaliadas neste último encontro foram o Cluster, o Integral, o Planck, a Mars Express, a Venus Express e o XMM-Newton – todas da responsabilidade da ESA.

Também foram analisadas as contribuições da ESA em missões de colaboração internacional, como a Hinode (com o Japão), a Cassini-Huygens, o Telescópio Espacial Hubble e a Soho (todas com a NASA) e ainda as operações científicas da demonstração de tecnologia da ESA Proba-2.

Vista do Planck. (Crédito: ESA/LFI & HFI Consortia)



Extensões
Na semana passada, o SPC sobre as extensões previamente acordadas até 2012, aprovou novos prolongamentos até 2014, sujeitos a confirmação, cumprindo o ciclo de avaliação a cada dois anos. As missões da SOHO, Hinode e Proba-2 permitem que o Sol seja examinado de perto durante o próximo pico de actividade magnética, esperado para 2013. Entretanto, os quatro satélites Cluster irão medir o efeito desta actividade mais perto de casa, no campo magnético terrestre.

No último ano, a ESA lançou o observatório Herschel que trabalha nos infra-vermelhos e nas bandas sub-milimétricas. Prolongou os observatórios de altas energias, Integral e XMM-Newton, o que quer dizer que os astrónomos europeus têm agora acesso a uma vasta gama de observações, o que fornecerá uma visão única do Universo violento. Isto vai complementar os dados obtidos no ultra-violeta, no visível e próximo do infra-vermelho, que chegam do Telescópio Espacial Hubble.

Dentro do Sistema Solar, a Mars Express e a Venus Express estão a investigar os planetas vizinhos da Terra, enquanto a Cassini-Huygens continua a seu estudo detalhado de Saturno e das suas luas. O satélite Planck está a mapear a radiação cósmica de fundo, resquícios do Big Bang. A decisão de prolongar por um ano esta missão possibilita a utilização do sensor de baixa frequência de uma nova maneira e permitirá extrair o máximo de informação possível dos sinais que constituem a impressão digital do Big Bang.

“Não é uma época fácil para assumir este género de compromissos, mas não devemos duvidar da capacidade do SPC em obter ainda mais retorno dos grandes investimentos do passado”, diz David Southwood, director da ESA da Exploração Científica e Robótica. “A Ciência de grande qualidade irá continuar a surgir a partir deste conjunto de naves. É um bom dia para a ciência espacial”.

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