segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Rússia lançará novo telescópio que poderá substituir o Hubble


Concepção artística do novo telescópio ultravioleta que entrará em operação a partir de 2013.

(Apolo11) Os americanos que se cuidem: um novo observatório que poderá substituir o telescópio espacial Hubble entrará em operação em 2013. Liderado pela Rússia, o projeto é uma parceria entre a Espanha, Alemanha, Ucrânia e China e foi apresentado na última semana pela Universidade Complutense de Madri, UCM. Segundo a apresentação, o novo equipamento será colocado em órbita a 35800 km de altitude e vai permitir observações sem interferência da atmosfera no comprimento de onda do ultravioleta.

Batizado de World Space Observatory - Ultraviolet, WSO-UV, o novo instrumento permitirá aos astrônomos conhecerem melhor a composição e a distribuição do material intergaláctico, a evolução química do Universo e analisar a atmosfera de outros planetas e estrelas.

O Hubble, lançado em 1990, foi o primeiro telescópio no espaço que conseguiu captar imagens de fenômenos jamais registrados. Há menos de um ano, em maio de 2009, uma missão do ônibus espacial Atlantis alcançou o Hubble para realizar trabalhos de concerto e upgrade no telescópio, que corria grande risco de ser desativado depois de quase 20 anos de funcionamento. Depois de restaurado, o telescópio voltou a enviar dados para a Terra e a Nasa pretende mantê-lo em operação até 2014.

A Rússia deve atuar depois do fim da missão Hubble e seu telescópio será o único observatório com capacidade para espectroscopia em ultravioleta no seguimento entre 100 nm e 320 nm (nanômetros), impossibilitada de ser feita devido à absorção da atmosfera terrestre. Segundo seus idealizadores, o equipamento deverá funcionar entre 2013 e 2023.

O novo observatório contará com um telescópio de 1.7 metros de abertura, que apesar de ser menor que o telescópio Hubble terá maior capacidade de análises espectroscópicas. Segundo informações colhidas no site do projeto, o WSO será equipado com três espectrômetros de alta e baixa resolução fabricados na Alemanha e na China, além de câmeras de alta sensibilidade nos espectros visível e ultravioleta.

Órbita e Controle
Outra diferença com relação ao Hubble será o tipo de órbita em que o WSO será colocado. Enquanto o Hubble completa uma revolução ao redor da Terra a cada 97 minutos a 560 km de altitude, o novo observatório permanecerá a 35800 km de altitude e completará uma volta a cada 24 horas, permanecendo sempre sobre a mesma região do planeta, em uma órbita chamada de geosíncrona. Devido à inclinação orbital de 51 graus acima do equador, o WSO não permanecerá sempre sobre a linha do equador, mas descreverá um "8" acima da Europa, como mostra a figura abaixo.

Diagrama orbital do observatório acima da linha do equador. Crédito: Universidade Complutense de Madri, UCM e World Space Observatory-Ultraviolet - WSO-UV .

Depois de lançado, dois centros vão deverão dividir as operações de controlar o novo telescópio. Um deles será instalado no Instituto de Astronomia da Academia de Ciências Russa e outro na Escola de Estatística da universidade de Madri.

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