sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tudo pronto para o lançamento de mais um telescópio espacial

Concepção artística mostra o telescópio espacial Wise em órbita da Terra, onde permanecerá por 10 meses mapeando o universo.


(Apolo11) A agência espacial americana, Nasa, confirmou para o próximo dia 9 de dezembro o lançamento de mais um telescópio espacial. Batizado de Wise, o novo observatório deverá descobrir diversos objetos ocultos, incluindo estrelas frias, asteroides escuros e galáxias ultra luminosas.

Depois de lançado, WISE orbitará a Terra durante 10 meses a uma altitude de 523 km e durante esse período mapeará uma vez e meia o universo observável em quatro comprimentos de onda infravermelhas, com sensibilidade milhares de vezes maior que todos os seus antecessores. O objetivo será catalogar milhões de novos objetos, criando um guia de observação para outras missões, permitindo que possam apontar seus instrumentos para alvos potencialmente interessantes.

Todas as descobertas feitas pelo Wise serão usadas no planejamento das missões dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer, Observatório Herschel, da agência europeia e também dos futuros telescópios espaciais Sofia e James Webb da Nasa.

Com 2.85 m de comprimento e 2 m de largura, o telescópio custou 300 milhões de dólares aos cofres americanos e segundo seus construtores sua operação será um avanço significativo quando comparado às sondagens anteriormente feitas no espectro infravermelho.

Segundo Peter Eisenhardt, ligado ao Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa e um dos cientistas do projeto, há muitos objetos escuros no universo, mas não os encontramos porque são muito fracos para serem detectadas através da luz visível. "Através do infravermelho poderemos descobrir asteroides praticamente invisíveis, além de estrelas do tipo anã marrom, que estão mais próximas da Terra".

O telescópio durante a montagem no interior do cone do foguete Delta-II. Crédito: JPL/NASA.

Detectores Sensíveis
As anãs marrons são enormes concentrações de gás que surgem como estrelas, mas carecem da massa necessária para desencadear sua própria combustão e brilhar como as estrelas normais. Por causa dessa fraca luminosidade, sua emissão principal se situa na faixa do infravermelho próximo e poderá ser detectada pelos instrumentos do Wise. Normalmente, a temperatura das anãs marrons situa-se entre 727 e 3127°C.

Para captar a fraca emissão infravermelha proveniente das estrelas e galáxias, o telescópio e os detectores a bordo precisarão ser resfriados a temperaturas extremamente baixas, que atingirão apenas 8 graus Kelvin ou 229 graus Celsius negativos.

De acordo com Eisenhardt, o telescópio Wise também poderá detectar a luz das galáxias mais luminosas do universo, algumas delas a mais de 11,5 bilhões de anos luz da Terra.

Detectores
Wise significa Explorador Grande Angular de Pesquisa Infravermelha (Wide-field Infrared Survey Explorer) e seu campo de observação é de 47 arco-minutos, uma largura no céu equivalente a 1.6 vezes o tamanho da Lua Cheia. Seu telescópio de bordo tem 400 milímetros de abertura e é dotado de quatro matrizes de detectores infravermelhos, cada um com 1 megapixel de resolução.

Os sensores do Wise serão 500 vezes mais sensíveis que os do satélite IRAS (Satélite Astronômico Infravermelho), que deixou de operar em novembro de 1983 após dez anos de funcionamento.

Durante seu tempo de vida, o satélite IRAS, uma operação conjunta entre a Nasa e a ESA, detectou cerca de 350 mil fontes de luz infravermelha. Entre suas descobertas estão um disco de pó cósmico em torno da estrela Vega e também de seis cometas e emissões procedentes de outras galáxias, incluindo a Via Láctea.

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